Quando a conheci, ela tinha 16 anos e eu 20 a caminho dos 21. Podia então dizer que ela faz parte da minha vida há mais de 12 anos, mas isso não é verdade porque demorei muitos anos para finalmente a conhecer.
No início ela era para mim uma miúda praticamente da idade da minha irmã e eu pouco ou nada lhe ligava. Que relação podia eu, com quase 21 anos ter com uma adolescente de 16. Durante vários anos assim foi. Acho que mais do que ignorá-la, fui má e mesquinha, barrando-lhe qualquer hipótese de uma qualquer relação e nem sei se ela tentava ou não ter uma relação comigo, porque eu simplesmente criava uma barreira quase intransponível, e durante anos as palavras que lhe dirigi eram meramente de circunstância. Entretanto cresci e comecei a perceber que era ridículo mal a conhecer e mal lhe falar. Deixei de ser mesquinha e má e passei a ser apenas indiferente. E daí comecei a querer ser apenas eu e dar-lhe a hipótese que lhe tinha negado desde o início e tentar conhecê-la. Mas era difícil começar uma relação depois de anos de barreiras estúpidas. Aos poucos tentei ser eu mesma e esquecer as barreiras. Lembro-me da primeira vez que conversei com ela normalmente, quando por força das circunstâncias partilhamos o mesmo quarto, e ficamos a falar pela noite dentro. E posso dizer que fiquei surpreendida com aquela pessoa adulta, genuína e com a cabeça no lugar que, na verdade, estava a acabar de conhecer. Passei a ser mais afável e simpática, mas apesar de eu já não criar as barreiras elas mantinham-se lá e pareciam difíceis de derrubar E foi assim durante alguns anos. Conseguíamos ter uma relação cordial, mas ainda morna e um pouco distante. Até um dia, há pouco mais de 3 anos atrás.
Sem sabermos muito bem como ou porquê (e com alguma "ajuda espontânea" do P. e da C.) as barreiras naturalmente caíram, e eu finalmente abri-lhe o meu coração. E conversámos, tentamos descobrir o porquê das barreiras, esclarecemos mal entendidos. E descobri uma amiga. Alguém em quem posso confiar e que percebe melhor do que ninguém algumas das minhas situações da vida. Descobrimos que fomos educadas de forma muito semelhante e que partilhamos com os nossos pais relações muito iguais. Dizemos o que tem de ser dito e quando tem de ser dito sem cairmos em novos mal entendidos. Custou muito chegar a este ponto, mas agora que chegamos acredito que nenhuma de nós quer voltar atrás. Obrigada por me teres ensinado que nunca é tarde para remediar o passado: quem nos viu e quem nos vê!
Já não era capaz de passar sem a D. que hoje faz anos. Parabéns minha querida!
(E uma receita de ovos com queijo apenas porque sim!)
Ingredientes para 2 pessoas:
2 ovos
50g de queijo mozarella ralado
80ml de leite
sal e pimenta q.b.
azeite q.b.
Preparação:
Comece por untar 2 forminhas (ramequins) que possam ir ao forno com um pouco de azeite. Abra um ovo para dentro de cada uma das tacinhas e tempere com um pouco de sal e pimenta. Divida o queijo por cada uma das taças, sem cobrir a gema do ovo, e termine com 40ml de leite em cada uma das taças.
Leve depois as tacinhas ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 10-15 minutos até os ovos estarem cozinhados mas ainda cremosos. Sirva com pão torrado.
Bom Apetite!
No comments:
Post a Comment